sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Atividades do Filme

GESTAR II – Atividades - Filme “Narradores de Javé”


PLANO DE AULA

- Gêneros textuais (oral/ escrito)
Narrações, diálogos, descrições, relatórios, dossiê, memorial, contos, lendas e mitos, argumentação, carta.
- Intertextualidade:
Com a música “Sobradinho” (Sá e Guarabira) e o filme “Central do Brasil”.
- Léxico: vocabulário coloquial regional.
- Figuras de Linguagem: metáfora, paráfrase, onomatopeia, antítese.
- Debate: - transposição do Rio São Francisco
- importância da escrita
- mobilização social e cidadania.
(produção de texto a partir do debate)
- Reflexão gramatical: comentários sobre os termos usados.

Tópicos a serem contemplados no planejamento

1. Tema da aula: A importância da leitura e da escrita e a comunicação no contexto social.
2. Objetivo: enfatizar a importância da leitura e da escrita ou da linguagem no contexto social.
3. Série: 9ºano
4. Carga horária: 4 aulas.
5. Metodologia: - introdução ao assunto
- alusão à música “Sobradinho”
- exibição do filme
- comentários, emissão de opiniões.
6. Recursos: DVD, televisão, DVD do filme, música.
7. Fechamento: - produção de textos
- reescrita do filme sob o ponto de vista de cada personagem.



Questões abordadas:
- Ética e cidadania
- A importância das variantes linguísticas (patrimônio imaterial)
- As várias versões sobre a origem da cidade de Javé. Qual a versão mais convincente para os alunos?
- A difícil tarefa de Biá, levando-se em conta as histórias orais e a memória do povo.
- O motivo pelo qual Biá não conseguiu contribuir para que Javé se tornasse patrimônio histórico.
- O que Biá poderia ter feito para transformar a memória do povo em história documentada.
- A prática de apropriação de terras que ocorre em nossos dias de formas diferentes e com outros nomes.
- Ditados populares que se aplicam ao filme: “ Quem conta um conto, aumenta um ponto ”
“ Em terra de cego, quem tem olho é rei ”
“ O povo aumenta mas não inventa “

Produções feitas

A história de Javé
Num lugarejo distante. Em um lugarzinho
Uma comunidade inquietante Sem cabeça nem pé
Preocupava-se com seu lugar Havia uma cidadezinha
Pois tudo ia inundar. Chamada Javé.

Era um povo com pouca cultura Um povo humilde e simples
Não tinham educação nem leitura. Que não sabia ler nem escrever
Os alfabetizados eram privilegiados E que via em Biá
E das coisas importantes eram encarregados. A sua solução.

Acreditavam em Biá a solução A cidadezinha de Javé
Pois só ele tinha alfabetização Ia inundar
Mas ele era um trapaceiro sem coração E o povo pensava
Que não estendeu a mão a seus irmãos. Que Biá escrevendo um livro
Poderia salvá-la.
Por isso o livro de Javé não foi escrito
O que deixou o povo aflito Mas Biá não se importava
Pois sem terra iam ficar As histórias ele escutava
E esse foi o fim de Javé E ao povo enganava.
Onde uma hidrelétrica Assim se via a importância da alfabetização.
Foi construída em seu lugar.
Aquele problema não teve solução
Alunas:Wanessa e Wylla (9º ano D2) A cidade inundou
O povo chorou
E Biá nem ligou.

Alunas: Nadinne e Natália

A história de Javé contada por Biá (texto coletivo)

Meu Deus! Não sei por que fui cair naquele lugar! Gente que nem letrada é. O negócio é a gente se virar como pode. E eu ia lá perder meu emprego? Tratei logo de movimentar aquele correio. E não é que o povo ainda ficou com raiva de mim só porque inventei umas “coisiquinhas” de nada? Correram comigo de lá. Mas que deu movimento, ah! Isso deu!
È, mas um dia, “tava” lá eles em apuros, quem é que procuraram? O letrado do Biá. Queriam registrar as lendas e as histórias daquele lugar para que ele virasse patrimônio histórico, porque senão, tudo ia por água abaixo, uma usina hidrelétrica seria construída ali, no lugar de Javé. E não é que eu virei solução?
Comecei, então, a ouvir aquele pessoal, gente ignorante que dava dó! Fiquei ouvindo... ouvindo... cansei de ouvir, cada um falava uma coisa, contava de um jeito, quem é que ia acreditar? Então, pra que escrever? Não precisava me dar ao trabalho. Não ia dar em nada mesmo! Vieram até com um tal de “valor científico”, e eles lá sabem o que é isso?
No dia da entrega do livro, nem lá apareci. De novo, ficaram contra mim. Não quiseram entender que
“valor científico” era aquilo ali, a hidrelétrica naquele lugar, era o progresso chegando.



A história de Javé
Atenção, oh, minha gente
Vem aqui pra escutar
A história de Javé
Que agora eu vou contar.

O povoado de Javé
Estava ameaçado
Por uma hidrelétrica
Tudo seria inundado.

Mas como “em terra de cego
quem tem olho é rei”
Procuraram Bia,
O trapaceiro do correio.

Como ele era o único letrado E assim o problema
Ficaria encarregado Não teve solução
De escrever as lendas e histórias Pois cada um que contava
Que o povo iria contar. Dava a sua versão.

Como diz o provérbio E o povo daquele lugar
“Quem conta um conto
aumenta um ponto” Sem saber ler ou escrever
Biá, malandro velho, Percebeu que sua história
Que escrevia, fez de conta. Ficaria apenas na memória.

Joana - professora


Relatório

Atividades - Filme “Narradores de Javé”

O filme foi passado aos alunos do 9º ano da Escola Estadual “Nossa Senhora da Penha” de Passos(MG) e foram discutidas as questões citadas no plano de aula.
Eles demonstraram interesse no filme e foram bem receptivos às questões colocadas. Foram unânimes em questionar a postura nada ética de Biá. Detectaram as variantes linguísticas, identificaram as características dos relatos orais.
“Patrimônio histórico” era assunto já abordado em outra atividade.
Associaram a questão da hidrelétrica à cidade de Guapé que viveu situação parecida por conta da represa de Furnas e “Sobradinho”, no Paraná, citada na música.
No final, fizeram produções em versos sobre o filme, o trabalho foi feito em duplas.
Foi um trabalho bastante interessante em que se obteve um bom resultado.



Professora: Joana D’Arc Silva dos Santos
Escola Estadual Nossa Senhora da Penha – Passos MG)

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