sábado, 12 de dezembro de 2009

MEMORIAL DE LEITURA

Memorial de Leitura

Memorial apresentado à professora Dra Ormezinda Maria Ribeiro- Aya

– Programa (GESTAR II)-

“Os conhecimentos nos dão meios para viver...

A sabedoria nos dá razões para viver”(Rubens Alves)

Nas atitudes de vida, a essência da alma

Entre verdes montanhas, grutas e vales cresci em uma cidadezinha onde diziam crescer sábios e loucos... hoje, entendo... Sábio por buscar dentro da própria alma, a pureza e simplicidade em ser feliz...Louco por contentar-se com o “Rela” na praça principal da minha querida Alpinópolis, mais conhecida como Ventania, ao som de Amado Batista onde o locutor dizia: “Alguém oferece a alguém e esse alguém não sabe quem” músicas como Feiticeira, como prova de seu amor e todos se sentiam amados, pois eram loucos... assim diziam.

Vida simples, porém farta... farta de amor, sabedoria, cumplicidade e magia ...

Magia sim... tudo era mágico em casa.

Meu pai, homem, honesto, trabalhador, determinado... porém doce em suas palavras. Ao final da tarde contava seus “causos” aos seis filhos vivos que tinha. Na maioria de suas aventuras sempre existia uma personagem especial... Sua professora Dona Estelinha, da qual falava com muito carinho e nos fazia desejar cada vez mais ter uma “fada madrinha” como ela.

Minha mãe, nossa!!! Encantadora... Batalhadora... Professora...

Com ela aprendi a enxergar além do que meus olhos viam, tudo era pura magia... Me encantava com os ipês e maria mijona da praça matriz, com o jogo de queimada com os amigos na rua de casa, no qual meus pais participavam como juízes. Tudo era encantador aos meus olhos.

Parafraseando Rubens Alves:

“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.

O educador diz: Veja- e aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente...tem contato com a beleza e o fascínio do mundo...”

Foi com meus olhos ainda encantados que minha mãe me fez enxergar o mundo e me assombrar diante do banal, me fez acreditar que existiam sonhos que se realizavam com a chegada do Papai Noel, com o qual sonhava todo natal...sonhava ...observava...admirava...e realizava meus sonhos através da escrita, pois aprendemos a palavra para melhorar os olhos e poder traduzir aquilo que vemos além do que os olhos vêem.

Foi assim, me encantando com o fascínio pela vida de meus pais e pelo ofício de minha mãe que me encantei pelas letras...

Ao interpretar a vida e aprender a ler, vi que podia viajar para mundos distantes, considerados irreais para quem não conhecia as letras.

Fui percebendo que tinha o poder de mudar o mundo, pois Xisto, “O menino do dedo verde,” ao tocar canhões transformava-os em flores.

“O pequeno príncipe me ensinou a ser responsável quando disse que “tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas”...foi forte.

Com Monteiro Lobato que afirmava que “Um país se faz com homens e livros...” aprendi a ser crítica, pois me identificava com a polêmica Emília.

Com Richard Bach em Fernão Capelo Gaivota ousei vôos mais altos, mas aprendi também com as quedas.

Com Sidney Sheldon, que mesmo impróprio para idade de onze anos que tinha quando o, escondido de meus pais, aprendi a ver um mundo mais quente, libertinoso e a analisar que existem limites que temos que respeitar, mas que podemos conhecer e avaliar ...é fascinante...

Foram muitos autores como: Cecília Meireles, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Fernando Sabino, Paulo Coelho, Cora Coralina, Castro Alves,Casimiro de Abreu, José de Alencar, entre outros que contribuíram para que minha vida se tornasse cada vez mais contagiante e me incentivasse cada vez mais pela vontade de me aprofundar no mundo literário, mas foi minha mãe com seu amor por saciar a sede de conhecimento de crianças carentes e meu pai pelo encantamento pelo saber que me fizeram decidir por me formar ,primeiramente em Pedagogia e posteriormente em Letras.

Sou em todos sentidos uma pessoa idealista, que acredita que é através e só pela educação que podemos chegar a um mundo mais justo, humano.

É assim que continuo buscando meus ideais, pois o impossível reside nas mãos inertes daqueles que não lutam...

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